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Histórias de Lages: lageanos governadores de Santa Catarina

12/04/2022 14:14

Marciano Corrêa e Lenilson Maia

Nascido em 24 de outubro de 1865, na cidade de Lages, Vidal José de Oliveira Ramos Júnior tornou-se um dos maiores políticos de Santa Catarina. No Regime Monárquico, iniciou a vida pública aos 21 anos, filiado no Partido Conservador, do qual, apoiava interesses das famílias pecuaristas e grandes latifundiários sulistas.

Na imprensa, atuou politicamente com familiares no jornal "O Lageano", financiado pelo Partido Conservador, o mais importante veículo de comunicação do Planalto Serrano. Por ele, o coronelato local, expandia ideais políticos, principalmente, entre a população alfabetizada.

Antes da Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, sucedeu Deputado da Assembleia Provincial em 1886 e eleito Deputado da Assembleia Constituinte Catarinense em 1891, deixando o mandato em 1897 para tornar-se Conselheiro Municipal da Cidade de Lages.

Eleito a Deputado Federal na 4ª legislatura em 1901. No ano seguinte, em 1902, elegeu-se Vice-Governador de Santa Catarina na chapa encabeçada por Lauro Müller. Assumiu o "governo do estado em novembro do mesmo ano, em virtude da nomeação do titular para o Ministério da Viação pelo presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves".

Reeleito Deputado Federal na 6ª legislatura, de 1906 a 1908, na 7ª legislatura, de 1909 a 1911, renunciando em 1910, para assumir, pela segunda vez, o cargo de Governador do Estado de Santa Catarina.

No segundo mandato (1910-1914) "realizou a primeira grande reforma do ensino no estado e estimulou os padres jesuítas a desenvolverem o ensino médio na capital. Cuidou da melhoria dos portos, especialmente do porto de Laguna, construiu estradas de rodagem, estimulou a continuidade da colonização do sul catarinense e o saneamento de Florianópolis.

Dinamizou ainda as atividades exportadoras, fazendo o estado representar-se na exposição de Saint Louis, nos Estados Unidos da América, e preocupou-se com a resolução dos problemas fronteiriços com o Paraná na região do Contestado, disputada pelos dois estados. A região vinha sendo palco de uma rebelião popular de cunho messiânico, que só seria reprimida pelo governo federal a partir de outubro de 1912 até ser definitivamente debelada em 1916."

Preocupado, com o ensino público em Santa Catarina, atendendo a necessidade emergente de escolarizar à população brasileira, convocou uma comissão sob liderança do professor Orestes Guimarães, para elaborar um plano, em que, resultasse tirar o Estado do atraso no sistema educacional, principalmente, sanar o problema do analfabetismo com a criação dos Grupos Escolares. Retornou, a Câmara Federal na 13ª legislatura, de 1927 a 1929.

Vidal José de Oliveira Ramos Júnior era filho de Vidal José de Oliveira Ramos e de Júlia Batista de Sousa Ramos. Casou-se com Julia Ribeiro de Sousa Ramos e do casamento, tiveram 14 filhos. Intelectual, teve sólida formação escolar, ainda na Fazenda Guarda-Mor, onde residia com a família, estudou com o famoso professor Simplício Santos Sousa e no Colégio Nossa Senhora da Conceição em São Leopoldo no Rio Grande do Sul, educandário que formou parte da elite política da cidade de Lages.

Estudioso sobre história militar e do Brasil, em 1939 escreveu o livro "Notas sobre a fundação de Lajes", produziu narrativas acerca da formação histórica da cidade e tornou-se membro do Instituto Geográfico e Histórico de Santa Catarina. Encerou a vida pública em 1937, ao término do mandato de Senador da República. Faleceu, em 1954, aos 88 anos na cidade do Rio de Janeiro.

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