Negligência pode ter causado óbito de idoso em Lages
Márcio Proença
Sabe aquelas pessoas que abdicaram de viver a sua vida, a vida de seus familiares, para ajudar o próximo? Esse era o senhor Mancílio Macedo de Oliveira, 83 anos que foi a óbito na manhã de quarta-feira (18), em sua residência.
O Sr. Mancílio era muito estimado por todos os moradores do bairro Coral, onde morava e grande parte dos Bairros adjacentes. Infelizmente após ter feito uma dose de vacina no mês de abril, devido a reação acabou enfraquecendo, onde procurou o Posto de Saúde (PS) do Bairro Coral, que segundo familiares foi atendido somente pela equipe de enfermeiros onde fez um soro, voltando para casa e não melhorou.
Foi ai que o assunto chegou a nossa reportagem, que entrou em contato com o PS e Secretaria de Saúde que mandou uma médica visita-lo e segundo a família, a mesma deixou claro que só estava lá porque foi coagida e expos a família em situação de constrangimento.
Após o ocorrido, sua situação piorou e foi internado na UPA, onde aguardou leito por dois dias, acabou perdendo o aparelho auditivo, e foi internado no Hospital e Maternidade Tereza Ramos por sete dias.
Segundo a família, o médico diagnosticou desidratação e na sua alta hospitalar orientou para que fosse acompanhado pelo médico em casa, receitando fraldas e medicamentos, o que não foi atendido, por não ter na UBS e a médica que atendia aquele setor estava em férias e a Secretaria não havia enviado outro médico para substituir.
Dessa forma a família registrou um Boletim de Ocorrência por negligência e desrespeito pelo estatuto do idoso e os profissionais informaram que não poderiam mais atender o paciente no UBS e na UPA se um dos funcionários envolvidos estivessem presentes.
Dessa forma o jornal fez contato com o vice-prefeito Juliano Polese na manhã de terça-feira (17), e de imediato apareceu uma equipe de profissionais da saúde de outra área composta por médico, dentista e equipe de enfermagem na residência do Sr Mancílio e o atenderam bem e com atenção, diferente dos outros profissionais que deu origem ao BO.
Se desde o início o paciente fosse atendido como no seu último dia de vida. A história poderia ter tido um final diferente.
A pergunta que não quer calar é a seguinte: É esse tipo de profissionais que queremos na saúde de Lages? Profissionais que virem as costas para idosos que estão em condições de acamados e precisam de atendimento?
Está na hora de começar a fazer visitinhas surpresas nas UBSs e escutar a população. Pois diariamente a imprensa recebe reclamações e, não são poucas.
Saiba mais sobre o Sr. Mancilio
Seu Mancílio tinha 83 anos, natural de Bocaina, na época, distrito de Lages, deixa a esposa com quem teve oito filhos, sendo seis vivos e dois falecidos, 11 netos e um bisneto.
Benzer crianças é uma prática antiga adotada nas comunidades. É um jeito de melhorar a qualidade de vida de crianças e pessoas. Mas, além disso, faz oração contra aranha, e insetos, animais doentes, cobreiro, colocar coluna no lugar, cuida do umbigo rendido.
Aos 13 anos, Mancílio aprendeu com a vó, Maria do Carmo de Macedo que ensinou ele a benzer. A avó dele faleceu dois meses após ter lhe ensinado. Na época, as crianças nasciam pelas mãos de parteira. Mais de 5 mil mulheres Maria fez o parto. Uma virtude passada para o senhor Mancílio.