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Inteligência artificial e educação de adolescentes: desafios e possibilidades

31/07/2025 09:41

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A adolescência é um período marcado por profundas transformações físicas, emocionais, cognitivas e sociais. Os adolescentes, geralmente entre 12 e 18 anos, vivem uma fase de busca por identidade, autonomia e pertencimento, além de apresentarem maior sensibilidade às influências externas, como mídias, grupos sociais e tecnologias. Nesse cenário de intensas mudanças, a educação precisa se adaptar para dialogar com os interesses, linguagens e ritmos dessa geração. É nesse ponto que o uso da Inteligência Artificial (IA) surge como uma poderosa aliada na construção de experiências pedagógicas mais atrativas, personalizadas e eficazes.
A IA pode ser utilizada de diversas formas no contexto educacional. Uma das principais é a personalização da aprendizagem. Por meio de algoritmos que analisam o desempenho individual dos estudantes, é possível oferecer conteúdos adaptados ao nível de compreensão de cada um, respeitando o tempo de aprendizado, os estilos cognitivos e as dificuldades específicas. Para os adolescentes, que muitas vezes apresentam oscilações na motivação e no foco, essa individualização pode ser decisiva para o engajamento escolar. Outra aplicação relevante está na gamificação, ou seja, na utilização de elementos de jogos para tornar o aprendizado mais envolvente. A IA pode criar ambientes interativos, propor desafios e recompensas de forma inteligente e progressiva, promovendo a persistência e a autonomia dos estudantes. Isso atende a uma característica típica da adolescência: a busca por estímulos constantes e feedbacks imediatos. Além disso, a IA pode auxiliar os professores no planejamento e na avaliação, ao processar dados sobre o desempenho das turmas e identificar padrões, lacunas e potencialidades. Isso permite intervenções pedagógicas mais precisas e fundamentadas. Também pode contribuir para a inclusão, ao oferecer recursos de acessibilidade, tradução automática, leitura em voz alta e apoio àqueles com dificuldades de aprendizagem.
O uso da IA na educação de adolescentes, entretanto, também exige cuidados éticos e pedagógicos. É fundamental garantir que os algoritmos respeitem a privacidade dos dados, não reforcem estereótipos e estejam alinhados com os princípios da equidade e da cidadania. A mediação humana continua sendo essencial: a tecnologia não substitui o papel do educador, mas o potencializa.
Em suma, a Inteligência Artificial oferece inúmeras possibilidades para transformar a educação dos adolescentes, desde que usada com responsabilidade e sensibilidade. Ao reconhecer as especificidades dessa faixa etária e integrar a tecnologia de forma crítica e criativa, Os professores podem construir ambientes de aprendizagem mais significativos, motivadores e inclusivos, trazendo a tecnologia como aliada.

Arceloni Neusa Volpato é Doutora em Psicolinguística, professora, CEO do ABRV.edu Instituto de Educação e Inovação. Consultora da EST&G Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Conselheira técnica da ABT e Membro do conselho de ensino superior da ABED. Contato com a autora: arceloni@gmail.com

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