O papel do ensino religioso na formação das crianças
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Quando o assunto envolve religião, desde os primórdios gera polêmica, mesmo que ele consiga transitar na antiguidade e na atualidade. O Brasil é um país marcado pelas diversidades, a sociedade brasileira se constitui com a diversidade religiosa. Até aí, nada de novo. Agora quando paramos para nos perguntar: como estou reagindo frente a diversidade religiosa? Em que medida a religião do meu amigo, do meu vizinho, pode influenciar e afetar na minha vida? Essa diversidade que está presente na sociedade, também está nas escolas e as escolas precisam cada vez mais abordar esta temática no seu cotidiano. Um dos espaços e lugares na escola para tratar da diversidade e dos conhecimentos religiosos é nas aulas de Ensino Religioso. Você sabia que o Ensino Religioso tem um papel importante na formação humana dos estudantes nas escolas? O Ensino Religioso é parte da formação básica do cidadão (Art. 33 da LDB 9393/96) Pois, bem conhecer e conviver com a diversidade religiosa é um dos desafios que acompanha a humanidade na contemporaneidade, e, na escola isto está previsto do 1º ao 9º, sem doutrinação, ou seja, um ensino não confessional. A religião está presente para muitos até mesmo no exercício cidadão do voto, as pessoas definem em quem votar muitas vezes influenciadas ou induzidas pela fé que a pessoa professa.
Conhecer, observar é principalmente acompanhar as religiões nos tornam mais críticos, mas isso não quer dizer que irá mudar minha relação com o sagrado e minha religião pode mudar a minha visão de mundo, não minha fé.
Precisamos educar as crianças sobre a laicidade e as diferenças, pois isso mudará a forma de ver o mundo e pode qualificar o respeito principalmente pelas pessoas, devemos trabalhar na formação de estudantes pensantes, afirmam os coordenadores do Curso de Ciências da Religião da FURB - no polo da Universidade do Planalto Catarinense - UNIPLAC.
São muito os conflitos vividos pelas pessoas, pois é na escola que o conhecimento ocorre, mas a partir das vivências que ele se consolida. Muitos questionamentos como a origem da vida são temas que pipocam em sala de aula.
Muitas pessoas podem entendem que o Ensino Religioso deveria estar na escola. No entanto, vale lembrar que o Brasil é um país laico, logo não possui uma religião oficial, uma religião melhor ou mais importante que as demais. Como vimos o Brasil tem uma diversidade religiosa, e, ela precisa ser trabalhada com respeito, diálogo, pautada em princípios científicos, éticos e sem privilégios. Portanto, tem espaços para todas as religiões e filosofias de vida nas escolas, enquanto conhecimento. O conteúdo a ser trabalhado nas aulas de Ensino Religioso estão definidos na BNCC, logo cabe aos professores buscar formação de qualidade. Já aos pais cabe compreender que aula de Ensino Religioso não é aula de religião. A religião pode ser ensinada em casa ou nas comunidades de fé (igrejas) se a família assim o desejar. Os professores do Curso de Ciências da Religião da FURB, em Lages na UNIPLAC, assim como a BNCC sempre enfatizam que as crianças e adolescentes têm o direito aos conhecimentos religiosos. No entanto nas escolas o respeito a estes conhecimentos nem sempre acontece, como podemos ver no relato de um jovem.
“Eu sempre disse que era de religião afro, e fui duramente criticado por isso”, comentou Felipe Gabriel Muller de 17 anos.
Frente as diferentes formas de violência e intolerância religiosa que as escolas devem ser espaços que incentivam o respeito e a convivência entre todas as pessoas e religiões.
Para o Babalorixá (cargo máximo da hierarquia do Batuque) Claudio de Xangô de Lages temos de inserir os diferentes seguimentos na escola tanto as indígenas, ocidentais, africanas e orientais para compreensão deste universo e enfrentar o ódio tão presente no seio da sociedade.
É a laicidade do estado que possibilita esta diversidade religiosa presente na sociedade, a negação da laicidade é um grandioso retrocesso no que diz respeito aos direitos de cada um e cada de expressar sua religiosidade.