' Fotos: Pablo Gomes' : ' '

A Epagri promoveu, em 24 de setembro, em Palmeira, um Dia de Campo que reuniu agricultores da Serra Catarinense interessados em conhecer o cultivo de mirtilo. O objetivo é incentivar a diversificação das produções rurais, promovendo a agregação de valor e a viabilidade econômica das propriedades.

Propriedade Palm Berries

Os fruticultores Celso Claudino e João Carneiro apresentaram sua propriedade de dois hectares, onde cultivam cerca de três mil pés de mirtilo, em meio às florestas de pinus da família. Cada planta rende entre cinco e dez quilos de fruta, comercializada em todo o Brasil, com preço que chega a R$ 60 no varejo e R$ 30 no atacado.

Durante o evento, Celso e João compartilharam suas experiências, deram dicas práticas e esclareceram dúvidas, incentivando os visitantes a investir no cultivo da fruta, que combina lucratividade, saúde e prazer.

“Quem plantar agora uma muda boa, no ano que vem já pode colher. Nosso projeto inicial era de dez toneladas por hectare, o que pode gerar cerca de R$ 250 mil por safra”, explicou João Carneiro. Ele ainda ressaltou que o mirtilo é fácil de manejar e, no caso da Palm Berries, o cultivo é totalmente orgânico, sem uso de venenos.

Adaptação do mirtilo à Serra Catarinense

A extensionista rural Maêve Silveira Castelo Branco, líder do Programa Fruticultura da Epagri em São Joaquim, destacou a adaptabilidade do mirtilo às condições da região, inclusive em áreas com pinus.

“Originalmente, o mirtilo cresce em sub-bosques da América do Norte e se adapta bem ao pinus. Também pode ser cultivado em outras áreas, desde que haja solo adequado e água disponível. É uma excelente alternativa para diversificar a produção, gerar empregos, aumentar a renda e melhorar a qualidade de vida das famílias”, explicou.

Expectativas da região

O sucesso da Palm Berries tem despertado interesse de produtores de toda a Serra Catarinense. Para o secretário de Agricultura de Lages, Pedro Donizete de Souza, o mirtilo é uma cultura ideal para pequenos produtores, podendo ser manejada em família e garantindo renda com mercado promissor.

Produtores como Ana Claudia Wawrzyniak, de Cerro Negro, também participam de eventos como este para ampliar seus conhecimentos e aumentar a produção. “Atualmente tenho 130 pés de mirtilo. Visitar uma propriedade bem-sucedida me permitiu aprender e planejar o aumento da minha produção”, disse.

Papel institucional da Epagri

O Dia de Campo reforça o papel da Epagri em apresentar aos agricultores as possibilidades de diversificação agrícola na Serra Catarinense, valorizando culturas adaptadas ao clima e ao solo da região.

“O mirtilo é uma cultura nova, mas já mostra resultados. A Epagri tem o papel de levar aos produtores informações sobre diferentes culturas, permitindo que explorem seu potencial econômico de forma sustentável”, afirmou José Márcio Lehmann, gerente regional da Epagri em Lages.

Fonte: Epagri

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