Macaco velho não aprende arte nova... Será?

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Vocês devem estar acompanhando a celeuma do fim dos CFCs, acaba ou não com as antigas autoescolas. Inclusive já escrevi sobre isto há uns dias. Mas hoje, pegando carona nesta discussão, quero ir além, conversar sobre a educação para o trânsito para adultos. Imagino que a maioria, quando houve a expressão Educação Para o Trânsito, pensa rapidamente em crianças percorrendo um circuito de placas com mini-carrinhos. Acertei? Pela minha experiência nesta área, creio que tenha acertado na mosca! Grande parte da população adulta acredita que a educação para o trânsito é para crianças e jovens, e que adultos não prendem mais, ou seja, é de novo que se torce o pepino! Porém, isto é uma mentira, é uma informação consolidada pela maioria, mas não passa de uma Fake News. É lógico que as crianças absorvem com mais facilidade, pois afinal, continuam aprendendo sobre tudo que está ao seu redor, enquanto adultos já têm uma história de aprendizado. E esta história é que dificulta novos hábitos, novos aprendizados. Veja bem, dificulta, não impede. Tanto é que existe uma ciência que se dedica a isso, a andragogia: o ensino de adultos! Tá bom, mas o que tem de prático para o trânsito? Segundo dados mais recentes, mas que consolidam o que vem ocorrendo há muito tempo, o país registrou mais de 30 mil mortes no trânsito apenas em 2022. Muitos desses acidentes estão ligados a falhas humanas: distração com o celular, excesso de velocidade, embriaguez ao volante e a famosa (e perigosíssima) impaciência. Ou seja, não é uma questão pura e simplesmente de habilidade, mas sim de educação, uma vez que podemos dizer que a educação é o desenvolvimento das capacidades humanas visando à integração social. Então, como o trânsito é a maneira mais democrática de integração social, a resolução dos problemas neste local passa necessariamente pela educação. E, como no trânsito são os adultos que agem de forma mais contundente, é preciso ter uma política contínua de educação para este público. Nós, os adultos, precisamos refrescar conhecimentos e adquirir novos conhecimentos, pois o trânsito é dinâmico, as vias mudam, os veículos mudam, e o modo de viver em sociedade muda, e devemos estar sempre aprendendo a nos comportar com estas mudanças constantes do mundo. Dirigir é uma atividade complexa que exige constante atualização. Não é sobre ser “o certo” ou “o errado” do trânsito, mas sobre entender que todos somos vulneráveis e que uma atitude preventiva pode ser a diferença entre um susto e uma tragédia. A educação para o trânsito adulto deve parar de ser um lembrete chato e se tornar uma conversa inteligente. Deve respeitar nossa experiência, mas desafiar nossos vícios. Porque, no final do dia, a habilidade mais importante não é fazer baliza com perfeição, mas garantir que todos, incluindo você, voltem para casa em segurança.