Geovane e seus seis cães: uma história de trabalho, amor e superação em Lages

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Geovane Pinto, de 43 anos, morador do Bairro Santa Clara, é uma figura conhecida em Lages. Ele divide a casa simples com o irmão, que é aposentado e sobrevive com um salário mínimo. Enquanto o irmão cobre as contas de água e luz e aluguel, Geovane complementa a renda familiar com o que ganha como catador de recicláveis, ajudando a garantir a alimentação de ambos. Os dois vivem de forma modesta, sustentados pelo trabalho diário e pela solidariedade da comunidade.
A história de Geovane é também um retrato de resistência frente aos gargalos sociais que afetam milhões de brasileiros: a baixa renda, o desemprego e a falta de políticas públicas efetivas de proteção animal. Mesmo diante das dificuldades, ele encontrou um propósito no que faz e um companheirismo raro em seus seis cães, que o acompanham em todas as jornadas de trabalho.
Todos os dias, por volta do meio-dia, Geovane sai com sua “gaiotinha” — um pequeno carrinho repleto de materiais recicláveis coletados no dia anterior. Ele segue até uma cooperativa da cidade, onde vende o que conseguiu juntar. Com o pouco que ganha, volta às ruas para recolher novos itens até o final da tarde, retornando para casa por volta das 17 horas. Essa rotina, repetida há cerca de 25 anos, é marcada pela persistência e pela consciência ambiental.
O que chama a atenção de quem o encontra pelas ruas não é apenas o esforço no trabalho, mas a presença dos seis cães que o acompanham. Fieis companheiros, eles viajam na “gaiotinha” ao lado de Geovane, recebendo o mesmo cuidado e atenção que ele dedica a si mesmo. Graças à generosidade de moradores e de algumas clínicas veterinárias da cidade, os animais recebem ração, consultas e medicamentos quando necessário.
Com humildade e determinação, Geovane transforma sua dura realidade em um exemplo de superação e solidariedade. Entre o barulho das garrafas e o som das rodas de sua carroça, ele mostra que dignidade não depende de riqueza, e que o amor aos animais pode ser uma forma poderosa de enfrentar as limitações impostas pela vida. Sua história é um lembrete de que, mesmo nas condições mais simples, há espaço para a empatia, o trabalho e a esperança.





 
                    