EDUCAÇÃO E INOVAÇÃO: PREPARANDO PARA O SABER-FAZER

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Vivemos um tempo em que a educação não pode mais se limitar à transmissão de conteúdos prontos. A sociedade contemporânea, marcada pela inovação tecnológica e por rápidas transformações sociais, exige muito mais do que decorar fórmulas ou acumular informações. O desafio é formar pessoas capazes de aplicar o conhecimento de maneira prática, desenvolvendo o chamado saber-fazer, que articula teoria e ação em benefício da vida em comunidade, do mercado de trabalho e do desenvolvimento pessoal.
Essa perspectiva coloca em evidência uma tendência forte na educação atual: a valorização das soft skills. Se antes o diploma era suficiente para garantir espaço profissional, hoje são habilidades como comunicação, criatividade, pensamento crítico, resolução de problemas, liderança e colaboração que diferenciam um egresso preparado. Tais competências não substituem o domínio técnico, mas o potencializam, permitindo que cada indivíduo se torne protagonista de sua trajetória.
As inovações educacionais têm buscado justamente criar ambientes propícios para o desenvolvimento dessas capacidades. O uso de metodologias ativas, como aprendizagem baseada em projetos, estudos de caso e simulações, coloca o estudante no centro do processo, incentivando a autonomia e o envolvimento. O ensino híbrido, por sua vez, alia recursos digitais ao contato presencial, ampliando as possibilidades de interação e personalização do aprendizado.
Mais do que aprender a “saber sobre”, é necessário aprender a saber fazer. Na prática, isso significa ensinar não apenas os conceitos da matemática, mas também como aplicá-los para resolver problemas reais; não apenas os fundamentos da ciência, mas como eles impactam a vida cotidiana; não apenas os princípios de gestão, mas como liderar equipes com empatia.
Esse movimento também dialoga com as demandas sociais e econômicas globais. O mundo do trabalho valoriza cada vez mais profissionais adaptáveis, capazes de inovar e lidar com situações complexas. As soft skills, quando trabalhadas desde cedo, permitem que o estudante esteja preparado para um futuro incerto, mas cheio de oportunidades.
É nesse ponto que educação e inovação se encontram: ambas se orientam para a criação de novas possibilidades. Inovar na educação não é apenas usar tecnologia, mas transformar mentalidades, reconhecendo que o conhecimento precisa ser útil, aplicado e humano. Afinal, como dizia Isaac Asimov, “a educação não é algo que se possa terminar”. Ela é processo contínuo, que se renova a cada dia, e que precisa estar sempre alinhado com os desafios de seu tempo.
Formar para o saber-fazer é, portanto, mais do que ensinar. É preparar pessoas para transformar o mundo.
Arceloni Neusa Volpato é Doutora em Psicolinguística, professora, CEO do ABRV.edu Instituto de Educação e Inovação. Afiliada a EST&G Escola Superior de Tecnologia e Gestão. Coordenadora do NEDUC Núcleo de Educação da ACIL, Conselheira técnica da ABT Associação Brasileira de Tecnologia e Membro do Conselho de Ensino Superior da ABED. Contato com a autora: arceloni@gmail.com