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“Com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades”. Frase icônica do filme homem aranha, que apesar de soar cliché, traz muita verdade e certa profundidade quando analisada sobre a ótica da ética. E aproveitando o ensejo, trago a reflexão para o campo da formação de condutores, onde os CFCs desempenham um papel fundamental, mas que muitas vezes é menosprezado e ignorado pela sociedade. Inclusive tivemos, recentemente, a cogitação da extinção destes centros de estudos.
Pois bem, se quero uma casa bem sólida, que me de proteção e garanta minha segurança por muito tempo, necessito que ela seja erguida em boa fundação. Não a toa que o evangelista Mateus nos ensina: “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. E caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com ímpeto contra aquela casa; e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha” (Mateus, 7:24-25).
Assim deve ser a formação das pessoas que darão dinâmica ao nosso trânsito, os condutores. E para que eles sejam seguros, éticos e responsáveis é de indispensável cuidado que sua formação seja adequada. E digo mais, que seja valorizada, pois nossa sociedade ignora os profissionais, verdadeiros guerreiros, dedicados a levar conhecimento e técnica ao nossos futuros condutores.
Nota-se a importância do que digo quando analisamos alguns números, para não ficar só na retórica, que pode ser analisada por viéses oportunos a quem não enxerga a gravidade de nosso trânsito. Bem, vamos a eles, 13% das mortes nas rodovias federais oriundas de sinistros de trânsito são com pessoas com menos de 5 anos de habilitação, e quando analisamos o período de renovação (exagerado ao meu ver) de 10 anos, temos a cifra de 30% das mortes representadas por menos de 10 anos de conquista da tão sonhada carteira. E não parra por aí, quando analisamos os sinistros graves estes percentuais passam para 17% e 36%, respectivamente. Ou seja, é uma probabilidade de se ter algo desagradável na primeira CNH é enorme.
Portanto se a formação for “meia boca”, como dizemos por aqui, esta estatística tende a se perpetuar e continuar a trazer muitos dissabores para todos nós.
Fica aqui a dica, precisamos valorizar os bons profissionais e buscar eles no mercado, pois não se trata apenas de um procedimento pro forme, mas de conhecimento e técnicas que poderão salvar a nossa vida.

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